terça-feira, 27 de julho de 2010
Em Lisboa com Ricardo Antunes
(acima, eu e Antunes no Terreiro do Paço, sob cujas arcadas
localiza-se o restaurante Martinho da Arcada e, neste, a mesa
preferida do poeta-mor Fernando Pessoa)
No meio da minha breve semana em Porto, dei uma escapada de um dia para encontrar meu amigo e companheiro da SIB (Sociedade dos Ilustradores do Brasil) Ricardo Antunes, brasileiro que há 20 anos vive em Portugal.
Além de ser um tremendo ilustrador e designer que atua em vários ramos, Antunes ainda faz uma belíssima revista eletrônica, a ILUSTRAR, no momento deste post já na 17ª . edição.
Mas voltando à Terrinha: depois de dormir 3 horas após a noite de S.João no Porto, levantei às 6:00 e tomei o "comboio" (que é o que os brasileiros, exceto os mineiros, chamam de "trem") de Campanhã a Santa Apolónia e encontrei-me com meu cicerone.
Depois de um chope - perdão, uma imperial - no Martinho da Arcada, saímos pela Baixa Pombalina, vendo finalmente em carne, osso e pedra os cenários e as gentes que desenhei em "D.João Carioca".
É tudo muito lindo, rebuscado e estranhamente familiar para nós, brasileiros.
Almoçamos no outro marco pessoano, que é o café A Brasileira do Chiado.
Fomos servidos, porém, por uma brasileira do Paraná, muito espirituosa por sinal.
Dali pegamos um taxi até o monumental Mosteiro dos Jerônimos com sua beleza retorcida e esmagadora. Andamos até a singela Torre de Belém (depois da arquitetura delirante dos Jerônimos, qualquer forte ou castelinho é "singelo") e voltamos para comer um legítimo pastel de Santa Clara (com uma imperial, claro, porque o calor estava de rachar).
Aquelas intensas 10 horas de Lisboa mal estão representadas neste post.
Isto aqui é só um tira-gosto, ou um registro para lembrar da minha (primeira, se Deus quiser) passagem por Lisboa.
Valeu, Ricardo! Ver-nos-emos em breve, aqui no Brasil.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
E dá-lhe festa!
Sempre ouvi falar da melancolia portuguesa, da saudade etc...
Lisboa, talvez?
O que eu vi no Porto foi uma gente bem alegre e risonha.
Pelo menos, no São João e em pleno verão, foi assim.
Mais alguns recuerdos (si, si, hablamos muchas lenguas en este viage) do PortoCartoon 2010:
(fotos minhas)
Isabel, assistente do director, e o cartunista Eugénio ("nos encontramos na final, hein..."); Manuela (esposa de Xaquín) e Júlia Valério (esposa de Luiz Humberto); Júlia e Xaquín Marin, cartunista galego e jurado do PortoCartoon.
Pois é, Xaquín, não adiantou a torcida da Manuela, a Espanha ganhou...
fotos: Abílio Cardoso
Qual era o nome deste músico mesmo? Sei que era irlandês...
Fui "convocado" a representar a Pátria cantando "Garota de Ipanema".
No centro, Isabel dança com Aidan Bremner; na seguinte, Mariana Bremner (que se revelou profunda conhecedora de Persa) batuca na cabeça de Mahmoud Azadina.
fotos: Abílio Cardoso
Alguns dias antes, a bordo de um barco no Douro, na festa de São João.
Não por falta de aviso, caiu a temperatura e Xaquín emprestou-me um casaco.
À meia-noite, fogos de artifício - a única coisa que se assemelha ao nosso São João, que lá é uma espécie de Carnaval.
fotos: Abílio Cardoso
Annegret e Aidan "Crocodilo Dundee" Bremner apreciam o foguetório.
Ao centro, convidados brincam com os tais martelinhos, Xaquín olha perplexo.
No último, chacoalho o esqueleto ao som de "Get up and Boogie", "That's the Way I Like it" e outras pérolas do cancioneiro português.
Lisboa, talvez?
O que eu vi no Porto foi uma gente bem alegre e risonha.
Pelo menos, no São João e em pleno verão, foi assim.
Mais alguns recuerdos (si, si, hablamos muchas lenguas en este viage) do PortoCartoon 2010:
(fotos minhas)
Isabel, assistente do director, e o cartunista Eugénio ("nos encontramos na final, hein..."); Manuela (esposa de Xaquín) e Júlia Valério (esposa de Luiz Humberto); Júlia e Xaquín Marin, cartunista galego e jurado do PortoCartoon.
Pois é, Xaquín, não adiantou a torcida da Manuela, a Espanha ganhou...
fotos: Abílio Cardoso
Qual era o nome deste músico mesmo? Sei que era irlandês...
Fui "convocado" a representar a Pátria cantando "Garota de Ipanema".
No centro, Isabel dança com Aidan Bremner; na seguinte, Mariana Bremner (que se revelou profunda conhecedora de Persa) batuca na cabeça de Mahmoud Azadina.
fotos: Abílio Cardoso
Alguns dias antes, a bordo de um barco no Douro, na festa de São João.
Não por falta de aviso, caiu a temperatura e Xaquín emprestou-me um casaco.
À meia-noite, fogos de artifício - a única coisa que se assemelha ao nosso São João, que lá é uma espécie de Carnaval.
fotos: Abílio Cardoso
Annegret e Aidan "Crocodilo Dundee" Bremner apreciam o foguetório.
Ao centro, convidados brincam com os tais martelinhos, Xaquín olha perplexo.
No último, chacoalho o esqueleto ao som de "Get up and Boogie", "That's the Way I Like it" e outras pérolas do cancioneiro português.
Festa da Caricatura
No final de semana de 26 e 27 de junho teve o Festival da Caricatura na praça da Liberdade, em Porto, mais um evento do PortoCartoon 2010.
Abaixo, vemos o ilmo. sr. director do Museu Nacional da Imprensa, nosso anfitrião Luiz Humberto Marcos; nossa Anja da Guarda, a infalível Isabel Gonçalves - que cuidou para que nada faltasse aos convidados do salão; e o artista plástico Agostinho Santos, menção honrosa no concurso.
A garota na foto abaixo à esquerda é Andreea Cletiu, filha do nosso colega de traço Radu (em foto de Beniamin Gluszek).
Na direita, uma visitante da festa ganha uma caricatura meio séria.
E a festa continua.
Nas 9 fotografias abaixo, todas surrupiadas do Museu Virtual do Cartum (e suponho que de autoria de Abílio Cardoso), vemos:
- na segunda e na quarta, Aidan Bremner;
- na terceira, Eugênio ("nos vemos no fim da Copa, hein?..." hehe, nem pra mim, nem pra ti :)
- na quinta, a família Gluszek (Jerzy - o ganhador do salão - desenhando, Irena e Beniamin de pé);
- na sexta, quem desenha é Omar Perez, caricaturista argentino que vive na Galícia, Espanha; e a vítima é nosso fotógrafo Abílio Cardoso, brasileiro infiltrado na Terrinha desde os 3 anos de idade e temível contador de piadas elefantinas;
- na sétima, Xaquín Marin (jurado do PortoCartoon 2010), desenha observado por Mariana Bremner;
- na nona, Mahmoud Azadina transforma um gajo de cara redonda numa bateria.
Abaixo, vemos o ilmo. sr. director do Museu Nacional da Imprensa, nosso anfitrião Luiz Humberto Marcos; nossa Anja da Guarda, a infalível Isabel Gonçalves - que cuidou para que nada faltasse aos convidados do salão; e o artista plástico Agostinho Santos, menção honrosa no concurso.
A garota na foto abaixo à esquerda é Andreea Cletiu, filha do nosso colega de traço Radu (em foto de Beniamin Gluszek).
Na direita, uma visitante da festa ganha uma caricatura meio séria.
E a festa continua.
Nas 9 fotografias abaixo, todas surrupiadas do Museu Virtual do Cartum (e suponho que de autoria de Abílio Cardoso), vemos:
- na segunda e na quarta, Aidan Bremner;
- na terceira, Eugênio ("nos vemos no fim da Copa, hein?..." hehe, nem pra mim, nem pra ti :)
- na quinta, a família Gluszek (Jerzy - o ganhador do salão - desenhando, Irena e Beniamin de pé);
- na sexta, quem desenha é Omar Perez, caricaturista argentino que vive na Galícia, Espanha; e a vítima é nosso fotógrafo Abílio Cardoso, brasileiro infiltrado na Terrinha desde os 3 anos de idade e temível contador de piadas elefantinas;
- na sétima, Xaquín Marin (jurado do PortoCartoon 2010), desenha observado por Mariana Bremner;
- na nona, Mahmoud Azadina transforma um gajo de cara redonda numa bateria.
A inauguração do painel do Padre Voador: "azar no jogo, sorte no amor"
(fotografias de Abílio Cardoso)
Estava bastante preocupado com a inauguração do meu painel no Porto.
O dia escolhido com bastante antecedência foi uma sexta-feira, 25 de junho às 17:00, para que o painel fosse visto pelo povo todo na hora do rush.
Acontece que coincidiu exatamente com o dia e a hora do jogo Brasil X Portugal, marcado para as 15:00 daquele dia. Se o Brasil ganhasse, as chances de Portugal se classificar diminuiriam e ia ficar meio desagradável inaugurar a exposição... se perdesse, o duro ia ser aguentar a gozação :)
Sob o barulho infernal das vuvuzelas, corremos do restaurante Chez Lapin para o hotel, atravessando antes um mar de torcedores lusos, com alguns gatos-pintados brasileiros.
Foi uma pena não termos ficado para assistir o jogo nas ruas animadas. No hotel, junto com alguns hóspedes glaciais, vimos um jogo que, por sua vez, não fez força para que nos animássemos.
Diz o ditado, "azar no jogo, sorte no amor".
Felizmente para as relações exteriores, o jogo foi um fiasco e o 0X0 caiu como uma luva para os nossos propósitos diplomáticos.
Fomos ao metro Faria de Guimarães fazer a abertura e, abusando das minhas prerrogativas de enviado especial, torturei meus anfitriões com um soneto em decassílabos de minha lavra, composto especialmente para a ocasião. Lá vai:
XXXIII - PORTOCARTOON
Se o globo do Gusmão não conseguiu
o padre erguer ao céu angelical,
comigo a Passarola foi bestial:
bem mais longe, mais alto conduziu.
Benévolo, o destino me sorriu:
do Porto, encomendaram-me um mural
(que no metro ia ser exposto) no qual
pintei do padre a saga qual se viu.
O Brasil é o meu tema principal:
da minha gente a História, boa ou vil
em banda desenhada faço igual.
E atendendo a convite tão gentil,
perfiz o curso inverso ao de Cabral:
vim a Portugal, descobri o Brasil.
domingo, 18 de julho de 2010
No ar, PortoCartoon 2010
Babel de cartunistas: Stefaan Provijn (Bélgica), Radu Cletiu (Romênia), Luc Vernimen (Bélgica), Jerzy Gluszek (Polônia), Spacca (Brasil), Mahmoud Azadina (Irã) e Xaquín Marin (Galícia).
Foto de Beniamin Gluszek. (uau! o filho do Jerzy é músico! por isso o interesse por Antonio Carlos Jobim...).
O PortoCartoon é um festival de cartuns promovido há 12 anos pelo Museu Nacional da Imprensa, e o tema deste ano foi "aviões e máquinas voadoras".
A convocação aos artistas foi feita no final do ano passado, aproveitando a efeméride dos 300 anos do "padre voador" Bartolomeu de Gusmão, e a abertura se deu, como tradicionalmente acontece, na noite de São João, 23 de junho, o equivalente português do Carnaval brasileiro (o povo toma as ruas e os bares, come e dança e dá marteladinhas com aqueles martelos de plástico, com sanfona). Enfim, é "muito giro".
Abaixo, o vencedor do salão, o polonês Jerzy Gluszek, e seu sensacional cartum da tábua de passar "turbinada".
O segundo lugar foi para o iraniano Mahmood Azadina, uma figura - sempre fazendo micagens e gestos engraçados. Tinha que fazer, pois quase não falava inglês. Aprendi que os iranianos não falam árabe, mas persa. "Merci" (pronuncia-se mérci), Mahmoud!
Acima, os dois belgas: Luc Vernimen (menção honrosa: cartum "jamais só", no canto inferior direito) e Stefaan Provijn, o terceiro lugar com seu avião de pedra. Grandes papos, no café da manhã no nosso hotel, simpaticíssimos.
Da esquerda para a direita, mais quatro menções honrosas: caricatura do português Santiagu, charge escultura com mala e pintura, do escocês Aidan Bremner (radicado no Algarve); escultura do brasileiro Paulo Emmanuel , amigão nosso e colega da SIB (Sociedade dos Ilustradores do Brasil) e "Passarola de Gusmão" por Agostinho Santos.
Acima, em fotografia de Abílio Cardoso, um momento da solenidade da abertura.
Na foto ao lado, estou abraçado ao Nuno, meu leitor d'além mar, sobrinho de Júlia e Luís Humberto e que gosta de temas históricos.
E abaixo, Mahmood, Santiagu e Luís Humberto, depois da decolagem e ganhando altitude...
quinta-feira, 15 de julho de 2010
PortoCartoon 2010 começou em Piracicaba 2008
Foi na exposição "a viagem de d.João", na Casa do Povoador às margens do rio Piracicaba, em 2008, que começou a viagem de d.João Spacca à Terrinha, em 2010 :)
Foi lá que conheci os meus futuros anfitriões Luiz Humberto Marcos, director do Museu Nacional da Imprensa sediado na cidade do Porto, Portugal, e sua esposa, Júlia Valério, que se encantou com a minha "Carlotinha".
No quadro superior direito, está Zetti Araujo em primeiro plano, então diretora do Salão e que me ofereceu o espaço para expor originais da minha BD "D.João Carioca" (em parceria com Lilia M. Schwarcz).
No inferior direito, o menestrel Paulo Caruso faz a trilha sonora da sua charge-painel da Fuga (em si menor) da Família Real, que seria exposta em 2009 no mesmo metro em Porto - no rastro da qual seguir-se-ia o meu painel, em mais uma das incontáveis travessias atlânticas que separam e aproximam o Brasil de Portugal.
O painel do Gusmão - no metro (sem acento) de Faria Guimarães
Aqui está o painel do padre Gusmão em exposição no metro Faria Guimarães no Porto, precursor do infeliz padre Adelir de Carli, outro adepto de caminhos não-ortodoxos de alcançar o Céu.
Chegou tarde uma errata, de autoria do perspicaz jornalista Alberto Dines, capitão-mor do Observatório da Imprensa. Agora a BD já foi inaugurada no metro Faria Guimarães.
Mas registremos aqui a correção.
Com a palavra, Dines:
"Meu caro Spacca: o Egypto gentilmente mandou-me esta seqüência do teu trabalho sobre o Gusmão. Precioso ! O traço é maravilhoso e os dados históricos são perfeitos, sobretudo as histórias sobre o convento de Odivelas, a conversão ao judaísmo e as gozações de que foi vítima em Lisboa pelo fato de ser brasileiro (só discordo da conclusão: ele não fugiu para a Inglaterra mas para a Espanha. Foi o que contou o irmão menor, também religioso, no longo depoimento que prestou à Inquisição).
Parabéns
Abração
Dines"
Então o Gusmão não estava fugindo para a Inglaterra, via Espanha??
Ousei duvidar do autor de "Vínculos do Fogo", tratado que esmiuça a vida dos cristãos-novos precisamente na época em que o padre Bartolomeu lá estava com sua Passarola. E fui fuçar nos meus alfarrábios (na verdade um só, o livro do Afonso Taunay, que colige diversas fontes).
Lasquei-me... segui a pista errada, a mesma pista dos contemporâneos de Gusmão assim que ele sumiu de Portugal, avisado de que o Santo Ofício estava nos seus calcanhares.
Acharam que ele havia embarcado para a Inglaterra.
Na verdade, ele - provavelmente - desejava instalar-se em Paris. Ou quiçá Amsterdam, onde travava relações com a comunidade judaica.
Colocados estes pingos nos ii, vamos à saga do "padre voador":
Chegou tarde uma errata, de autoria do perspicaz jornalista Alberto Dines, capitão-mor do Observatório da Imprensa. Agora a BD já foi inaugurada no metro Faria Guimarães.
Mas registremos aqui a correção.
Com a palavra, Dines:
"Meu caro Spacca: o Egypto gentilmente mandou-me esta seqüência do teu trabalho sobre o Gusmão. Precioso ! O traço é maravilhoso e os dados históricos são perfeitos, sobretudo as histórias sobre o convento de Odivelas, a conversão ao judaísmo e as gozações de que foi vítima em Lisboa pelo fato de ser brasileiro (só discordo da conclusão: ele não fugiu para a Inglaterra mas para a Espanha. Foi o que contou o irmão menor, também religioso, no longo depoimento que prestou à Inquisição).
Parabéns
Abração
Dines"
Então o Gusmão não estava fugindo para a Inglaterra, via Espanha??
Ousei duvidar do autor de "Vínculos do Fogo", tratado que esmiuça a vida dos cristãos-novos precisamente na época em que o padre Bartolomeu lá estava com sua Passarola. E fui fuçar nos meus alfarrábios (na verdade um só, o livro do Afonso Taunay, que colige diversas fontes).
Lasquei-me... segui a pista errada, a mesma pista dos contemporâneos de Gusmão assim que ele sumiu de Portugal, avisado de que o Santo Ofício estava nos seus calcanhares.
Acharam que ele havia embarcado para a Inglaterra.
Na verdade, ele - provavelmente - desejava instalar-se em Paris. Ou quiçá Amsterdam, onde travava relações com a comunidade judaica.
Colocados estes pingos nos ii, vamos à saga do "padre voador":
O Padre Voador (ou "de como a Passarola de Gusmão me levou a Portugal")
Bem vindos!
obrigado pela sua visita; este é o primeiro post de um blog em que pretendo reunir não só as lembranças relativas ao painel do "Padre Voador" e minha primeira viagem a Portugal, mas também outros conteúdos, de natureza bastante diversa, ligados à Terrinha: pesquisas, projetos e curiosidades.
Vamos começar pelo Padre...
"Tudo começou" com um convite, feito pelo Eduardo Grosso, do Salão de Humor de Piracicaba.
Sabendo que eu havia feito uma biografia em BD (neste sítio faço questão de escrever BD, Banda Desenhada... não sabe o que é? vai entender...) de Santos Dumont, ele me consultou sobre a possibilidde de fazer uma exposição em Portugal, aproveitando a efeméride do Bartolomeu Lourenço de Gusmão, cuja experiência aerostática completou em 2009 300 anos.
obrigado pela sua visita; este é o primeiro post de um blog em que pretendo reunir não só as lembranças relativas ao painel do "Padre Voador" e minha primeira viagem a Portugal, mas também outros conteúdos, de natureza bastante diversa, ligados à Terrinha: pesquisas, projetos e curiosidades.
Vamos começar pelo Padre...
"Tudo começou" com um convite, feito pelo Eduardo Grosso, do Salão de Humor de Piracicaba.
Sabendo que eu havia feito uma biografia em BD (neste sítio faço questão de escrever BD, Banda Desenhada... não sabe o que é? vai entender...) de Santos Dumont, ele me consultou sobre a possibilidde de fazer uma exposição em Portugal, aproveitando a efeméride do Bartolomeu Lourenço de Gusmão, cuja experiência aerostática completou em 2009 300 anos.
Inicialmente, propus o mais fácil: expor artes finais do Santô. Mas nem eu, nem ele ficamos satisfeitos com . Ele me disse então que o PortoCartoon - salão de humor irmanado ao de Piracicaba - tencionava expor meu material no metrô do Porto, como havia sido feito com uma arte do Paulo Caruso satirizando a vinda (no caso deles, ida) da Família Real Portuguesa.
Pensando nisso, fiz uns cálculos de tempo e trabalho, e disse a ele que topava fazer um trabalho original com o tema, e que ia levar uns 3 meses para ficar pronto.
Pensando nisso, fiz uns cálculos de tempo e trabalho, e disse a ele que topava fazer um trabalho original com o tema, e que ia levar uns 3 meses para ficar pronto.
Enquanto isso, fui lendo o livro do Afonso Taunay sobre as experiências e desventuras do padre Bartolomeu.
Abaixo, um retrato fictício do padre, pintado pelo artista Benedito Calixto.
Ao mesmo tempo - feliz coincidência! - o cartunista e autor teatral Ruy Jobim Neto me fazia visitas regulares para um projeto de documentário, e conversamos a respeito do infeliz padre. Ele havia feito uma peça chamada "Lourenço" - maravilhosa, apenas a li, não vi encenada - e é um grande conhecedor do assunto. Ao mesmo tempo que finalizava o meu Gusmão, ia lendo a sua versão do Lourenço - que foi lida no Grande Auditório do MASP, às 19:30h de 21 de junho de 2010, no exato instante (19:35) em que eu decolava rumo a Madrid e, dali, para o Porto.
Vamos ao painel, pois.
Ele foi feito para ocupar um espaço de 10,29 X 2,43 metros.
Desenhei em tamanho menor, mas, ainda ssim, grande: foram 7 folhas de papel A3, artefinalizadas a bico de pena e nanquim, e colorizadas no Photoshop, com caneta digitalizadora ou Tablet.
No próximo post, publicarei este trabalho em 4 partes para melhor ser lido.
abraços,
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